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Como é definido o preço de um livro

Nós adoramos livros, mas vocês já pararam para pensar como é definido o preço de um livro?

Diferente de muitos países o custo de um livro aqui no Brasil ainda é alto, isso se deve ao fato de as tiragens de livros serem menores que em outros países. De acordo com Marco Chiaretti “enquanto outros países trabalham com tiragens médias de mais de 10.000 exemplares por edição, no Brasil esse número fica na casa dos 2.000“.

O cálculo para definir o preço do livro é este:


Mas além do valor unitário do livro (que normalmente é pago pra gráfica ou pra editora), para a venda ao público final (nós!) ainda é incluído o lucro da editora + o lucro do autor + o lucro do distribuidor ou a livraria (ou dos dois). Afinal, vender livros é um negócio e as pessoas envolvidas precisam lucrar com eles. 


Claro que esta não é uma fórmula exata, cada editora e cada livraria trabalha de uma forma e há autores que faturam mais que outros. É só pra matar nossa curiosidade e termos uma ideia do porquê alguns livros são mais caros do que outros e para onde vai nosso dinheiro ao comprar aquele livro que queremos tanto.

Fonte: A leitora

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O Vendedor de Passado [Resenha]

Agualusa, Jose Eduardo. O Vendedor de Passados. Gryphus, 2004,  199p

 Sinopse:"Nada passa, nada expira / O passado é um rio que dorme / e a memória uma mentira multiforme." A letra da canção que aparece logo no primeiro capítulo do livro, resume a idéia central do mais recente romance de José Eduardo Agualusa. É a história de um albino que mora em Luanda, Angola, e que traça árvores genealógicas em troco de dinheiro. Estranho ofício, estranho o personagem principal - o vendedor de passados falsos, Félix Ventura - e mais estranho ainda o narrador: uma osga, um tipo de lagartixa. É ela que vai contar como o albino Félix fabrica uma genealogia de luxo para seus clientes . São prósperos empresários, políticos e generais da emergente burguesia angolana que têm futuro assegurado, mas falta-lhes um bom passado. A vida de Félix anda muito bem, até que uma noite recebe a visita de um estrangeiro à procura de uma identidade angolana. E, então, numa vertigem, o passado irrompe pelo presente e o impossível começa a acontecer. Sátira feroz à atual sociedade angolana, O Vendedor de Passados é uma reflexão sobre a construção da memória e seus equívocos.

A história começa a ser contada por um narrador comum, não há como desconfiar que ele seja uma osga (espécie de lagartixa) tamanho é o seu modo "humano" enxergar as coisas.  A osga vive na casa de Félix Ventura, um albino, que vive de vender passado para as elite de sua cidade. A osga e Felix conversam a seu modo e ela se sente encarnada na casa onde conhece cada fresta.

 Um belo dia, vem à porta de Felix José Buchmann, um fotógrafo de guerra em busca de um passado. Felix aceita o deafio e lhe dá um passado, uma árvore genealógica, uma nova vida.

 A osga tem lembranças de sua antiga vida como humano e são essas lembranças e seus pensamentos que entregam todo o charme para a história. Os sonhos de Eulálio, a osga, são constantes e ele acaba por sempre encontrar os outros personagens neles. A parte interessante, é que os personagem também acabam por se lembrar dos sonhos que tivera com a foram humana da osga.

Outro ponto que chamou a atenção foi o fato de José Buchmann acreditar tanto que seu passado criado, que começa a buscar seus pais e acaba encontrando fatos reais que realmente coincidem com sua vida inventada.

Claro que ainda tem romance: Felix se apaixona por Ângela Lúcia, que também é uma fotógrafa. De nuvens, mas fotógrafa.

Melhor parte: a história acaba ligar todos os pontos antes de terminar, coisa que nos últimos livros que tenho lido tem sido rara.

 O livro pode ser apreciado por quem deseja palavras leves e tocantes; por quem deseja um roterio bem original e por aqueles que nunca leram uma linha de um autor angolano.


Frase que marcou: "São as mentiras que fazem a literatura"
 
Sobre o autor: José Eduardo Agualusa nasceu no Huambo, Angola, em 1960. Estudou Silvicultura e Agronomia em Lisboa, Portugal. Os seus livros estão traduzidos para mais de vinte idiomas. Também escreveu várias peças de teatro: "Geração W", "Aquela Mulher", "Chovem amores na Rua do Matador" e "A Caixa Preta", estas duas últimas juntamente com Mia Couto.

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Livros desenham o mapa cultural da capital mineira

Livro ilustrando  a igreja da pampulha

Aos 114 anos, completados na segunda-feira, Belo Horizonte já tem consciência e uma produção de consistência da história da cidade. “O problema é a atual administração municipal, que está desmontando a cidade”, aponta o historiador Leonardo José Magalhães Gomes, de 59 anos. Ex-diretor do Museu Histórico Abílio Barreto (MHAB), ao conversar com um dos prefeitos da capital, acabou despertando para a necessidade de publicação de Memória de ruas – Dicionário toponímico de Belo Horizonte, de 1992, que já está na segunda edição.

Hoje à noite, na Quixote Livraria, Leonardo lança Belo Horizonte: A cidade descrita (Documentos de uma história urbana) e A música da cidade – Cartografia musical de Belo Horizonte, que encerram a trilogia historiográfica da cidade. “Na verdade, não havia pensado em uma trilogia”, revela o autor dos livros, lembrando que os dois últimos foram feitos sob encomenda para o Anuário de Belo Horizonte.

Inspirada nos livros, que abordam a produção literária e musical da cidade, o Estado de Minas pediu a escritores, cantores e compositores que indicassem as obras que melhor traduzem o espírito belo-horizontino, capazes de nos fazer entender a cidade. Afinal, quais seriam os livros fundamentais para a história de Belo Horizonte? E, entre as canções, quais delas entrariam na provável trilha sonora da cidade?

Para Leonardo José Magalhães Gomes, literariamente, Belo Horizonte já produziu o que há de melhor em língua portuguesa, diante da obra de Pedro Nava, Carlos Drummond de Andrade e Guimarães Rosa. “Não podemos esquecer que Rosa morou na cidade, estudou no Colégio Arnaldo e se formou em medicina pela UFMG. A formação intelectual do escritor foi toda aqui em Belo Horizonte”, orgulha-se o historiador.

Musicalmente, Leonardo resolveu privilegiar o Clube da Esquina e Milton Nascimento. “Trata-se de um gênio como Pixinguinha e Tom Jobim, que costuma ser pouco apreciado na cidade. O pessoal do Clube é sempre vítima de uma olhar de desdém da cidade”, diz Leonardo José Magalhães Gomes, para quem, no livro A música da cidade, defende a tese de que a produção musical de Milton Nascimento e a turma do Clube da Esquina está para Belo Horizonte assim como o tango está para Buenos Aires e a valsa para Viena.

Cantores e compositores ouvidos pela reportagem foram além do período, conforme a defesa de cada um. Para Dudu Nicácio, por exemplo, a música homônima ao movimento “foi o marco histórico que cantou para todo mundo a nossa cidade, cultura e jeito”. Mas ele vai além, e aponta o Skank e Vander Lee como responsáveis por novas páginas musicais da capital. “Com muito suingue e malemolência, Garota nacional, de Samuel Rosa e Chico Amaral, mostrou ao Brasil que um simples bar e uma bela garota facilmente podem se tornar uma paixão. Não é a toa que essa rapaziada fez tanto sucesso”, afirma Dudu. Para ele, “nenhuma rivalidade entre torcidas também foi tão bem retratada, musicalmente, como em Galo e Cruzeiro, de Vander Lee. “Mais do que nunca, é a cara de Belo Horizonte, apaixonada por futebol e samba. Um gol de placa do Vandeco”.

Já Márcio Borges, um dos principais letristas do Clube da Esquina, atribui aos versos de Rômulo Paes, “a minha vida é esta: subir Bahia, descer Floresta”, um dos mais inspirados momentos da capital. “Descreve que a ‘nossa’ vida é essa, e acho que, pelas proporções do vertiginoso crescimento da cidade, esse espírito boêmio da Rua da Bahia se alastrou para além da Floresta e chegou em Santa Tereza”. E completa: “Lá, o ícone do bairro é o tal Clube da Esquina, e esta música minha, de Lô Borges e Milton Nascimento retrata um momento muito importante da vida da cidade e até mesmo se confunde com ela”. A terceira música para Márcio – mas não a última, pois não estou enumerando – só pode ser a Garota nacional, do Skank. “Foi ela que tornou a projetar a música produzida em BH para muito além de nossas fronteiras”, justifica.

Já o rapper Flávio Renegado anuncia que vai liberar para download, a partir de hoje, em seu site (www.flaviorenegado.com.br), a até então inédita Até o dia clarear, que ele fez em homenagem a Belo Horizonte e, segundo diz, a suas “belas mulheres”.

Literatura
A professor Heloísa Starling aponta três autores que, em sua opinião, produziram narrativas exemplares sobre Belo Horizonte. O primeiro, Eduardo Frieiro, “que foi um cronista impecável”. “Seus livros, sempre devidamente ambientados em Belo Horizonte, fizeram dele um dos grandes cronistas da cidade. É o caso de conferir em O cabo das tormentas. Esse livro é inteiramente ambientado no Edifício Cine Brasil, cujo prédio modernista é apresentado ao leitor como a quilha de um grande e melancólico transatlântico, fervilhando de uma gente anônima, irremediavelmente encalhada na esquina principal da Avenida Afonso Pena, no centro comercial da cidade”.

A seguir, Heloisa aponta Cyro dos Anjos (O amanuense Belmiro), que ela escolheu junto do também professor Wander Melo Miranda, concluindo com Marcus Freitas (Peixe morto), autor, em sua opinião, de “um thriller emocionante, ambientado na Belo Horizonte contemporânea”. O poeta Ricardo Aleixo, por sua vez, vai de Rodrigo Ferreira e Beatriz de Almeida Magalhães, autores de Belo Horizonte – Um espaço para a República, sob o argumento de tratar-se de “obra única para quem busca entender, em minúcias, a lógica positivista que preside a construção da capital mineira”.

Além de Sérgio Fantini, autor de Diz xis, e Humberto Werneck, autor do já clássico O desatino da rapaziada. “Fiquei tentado a indicar qualquer um dos livros de Wander Piroli, ou o Encontro marcado, de Fernando Sabino, ou, ainda, a memorialística de Pedro Nava, mas entendo que essa deliciosa obra, fruto de intensa pesquisa, já representa, por si só, um convite ao leitor que se disponha a conhecer os autores e livros que citei. O livro, muito bem escrito, sem pedantismo, dá a ver a formação da vida literária na província – um modo de ver e pensar o mundo que ainda hoje persiste”, conclui.

Fonte: Ailton Magioli - EM Cultura 

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NA MINHA PRIMEIRA MORTE EU NÃO MORRI


Um dia , na minha anterior forma humana , decidi matar -me. Queria morrer comple tamente. Tinha esperança de que a vida eterna, o paraíso e o inferno, Deus e o Diabo, a reencarnação, tudo isso , fossem apenas superstições urdidas
demoradamente, ao longo de séculos e séculos , pelo vasto terror dos homens .

Comprei um revólver numa armaria, apenas a dois passos da minha casa , mas onde nunca tinha entrado antes , e cujo proprietário não me conhecia. Depois comprei um livro policial e uma garrafa de genebra. Fui para um hotel na praia, bebi a genebra com desgosto, em largos gole s (o álcool sempre me repugnou ) , e estendi-me na cama a ler o livro . Achava que a genebra, somada ao tédi  de um enredo ingénuo, me daria a coragem necessária para encostar o revólver à nuca e apertar o gatilho. O livro, porém, não era mau e eu li- o a té ao f im. Quando cheguei à última página começou a chover.

Retirado de O vendedor de passados - José Eduardo Agualusa




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A arte no Google Books


The Art of Google Books é um tumblog que se dedica a encontrar imagens curiosas nos livros arquivados no Google Books ou produzidas no processo de digitalização, por descuido ou sorte. Ou, ainda, marcas deixadas pelos nas páginas, propositadamente ou não.

Segundo Krissy Wilson, idealizador do trabalho:

O objetivo deste projeto é duplo; reconhecer digitalização de livros como refotografia e valorizar os sinais de uso que acompanham esses textos como dignos de documentação e estudo.

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O Diabo no porta mala [Resennha]

Rey, Marcos. O Diabo no Porta Malas. Ática, 1995, 118p 


Mesmo já tendo deixado a adolescência de lado, consegui passar bons momentos com o romance juvenil de Marcos Rey: o diabo no porta malas.

Neste livro, um cadaver, fantasiado de diabo, é colocado no carro do Miro, pai de Mário (nosso mocinho). Claro que Miro é condenado pelo crime, e seu filho, com a juda de sua madastra Nádia, sai em investigação para porvar a inocência do pai.
Como o esperado, o livro tem tudo que eu lembrava que o autor oferecia: um crime, um romance, uma investigação e bons minutos alheios ao mundo.

O livro é indicado para os amantes de literatura policial e para todos que querem esquecer um pouco o ambiante tenso ao seu redor.

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C.S. Lewis - fonte: http://ourutopicdreams.tumblr.com/

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Heresia - Um Suspense Histórico [Opinião]

Parris, S. J.  Heresia - Um Suspense Histórico. Arqueiro, 2011, 364p.

Sinopse: Inglaterra, 1583: o país enfrenta um período conturbado, marcado por conspirações para derrubar a rainha Elizabeth, que é protestante. Muitos de seus súditos estão insatisfeitos com o governo e anseiam pelo retorno do país à religião católica.

Em meio a esse clima de conflitos religiosos, o monge italiano Giordano Bruno chega a Londres, tentando escapar da Inquisição, que o acusou de heresia por sua crença num Universo heliocêntrico. O filósofo, cientista e estudioso de magia logo é recrutado pelo chefe do serviço de espionagem real e enviado a Oxford.

Oficialmente, ele vai participar de um debate sobre as teorias de Copérnico, mas, em sigilo, deve se infiltrar na rede clandestina dos católicos e descobrir o que puder sobre um complô para derrubar a rainha. No entanto, quando um dos membros mais antigos de Oxford é brutalmente assassinado, a missão secreta do filósofo é desviada de seu curso.

Enquanto ele tenta desvendar o crime, outro homem é morto e Giordano Bruno se vê envolvido numa sinistra perseguição. Alguém parece estar determinado a executar uma sofisticada vingança em nome da religião. Mas, afinal, de qual religião?

À procura de pistas, o monge percorre os labirintos da biblioteca de Oxford e visita tabernas infames e livrarias misteriosas fora dos muros da universidade, chegando a lugares que ele nunca soube que existiam e fazendo descobertas que poderiam ameaçar a estabilidade da Inglaterra.

Envolvido em uma rede de intrigas e traição, ele percebe que às vezes nem mesmo os mais sábios conseguem discernir a verdade da heresia. Alguns, no entanto, estão dispostos a matar para defender suas crenças.

Baseado em fatos reais da vida de Giordano Bruno, Heresia exigiu uma pesquisa minuciosa da autora, que investigou a fundo a trajetória do monge e o contexto político e religioso da época em que ele viveu. O resultado é um suspense histórico repleto de reviravoltas surpreendentes.


Minha Impressão: A personagem principal é o Giordano Bruno, filósofo e teólogo Italiano que viveu no século XVI e morreu na fogueira da inquisição. A história começa morna, com a fuga de Bruno do mosteiro. Começa a esquentar quando ele aparece em Oxford e começa a investigar os estranhos assassinatos que ocorreram por lá.
Tem perseguições, lutas,  interesses religiosos, ingleses que colocam a reputação acima de qualquer coisa e, claro, uma dose conhecimentos sobre a história da humanidade, ...
Mas...
A história, apesar de bem construída, não consgeui prender minha atenção naquele sentido:  "tenho que fazer essas coisas rápido para poder ler  o livro."  Em fim...    Dá para passar o tempo!


Sobre a autora: S. J. Parris é o pseudônimo de Stephanie Merritt. Nascida em 1974, ela trabalhou como crítica e articulista em diversos jornais e revistas, bem como no rádio e na televisão. Atualmente, escreve para The Observer e The Guardian e vive no sul da Inglaterra com o filho.   

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tranforme seus livros em estante

Estante feita com os próprios livros
Daki

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Curiosidades Literárias

  • O cometa Halley foi o responsável por Murilo Mendes se interessar pela poesia.
  • Drummond de Andrade só bebia cerveja, martini e vinho madeira.
  • O primeiro nome de Vinicius de Morais era Marcus.
  •  Fazia 1 grau quando Mário Quintana nasceu, em Porto Alegre.
  • Certa época, Antonio Maria dividiu um apartamento com Chacrinha, na Cinelândia.
  • Machado de Assis era epilético e gago.
  • A primeira vez que Nelson Rodrigues escreveu sobre adultério ele tinha 8 anos e tratava-se de uma redação escolar de tema livre.
  • Oswald de Andrade se casou com Pagu num cemitério.
  • Paulo Mendes Campos experimentou LSD e relatou sua experiência em diversos artigos.
  • Rubem Fonseca foi comissário de polícia.
  • Aos 14 anos, Otto Lara Resende dava aulas de francês, idioma que aprendeu sozinho.
  • Rubem Braga foi correspondente de guerra, na Itália.
  • Sérgio Porto gostava de caminhar na chuva. Dalton Trevisan se recusa a receber visitas.
  • Aos doze anos, Fernando Sabino foi locutor de um programa infantil.
  • Graciliano Ramos teve quinze irmãos.
  • Guimarães Rosa falava português, inglês, espanhol, alemão, francês, italiano, esperanto e alguma coisa de russo.
  • Hilda Hilst namorou Dean Martin.
  • João Cabral de Melo Neto não gosta de música.
  • Cecília Meireles criou a primeira biblioteca infantil do Brasil.
  • João Ubaldo foi office-boy na prefeitura de Salvador.
  • Lygia Fagundes Telles é formada em Educação Física.
  • Manoel de Barros morou um ano em Nova York. Mário de Andrade foi professor de música.
  • Lima Barreto foi internado duas vezes num manicômio.
  • Aos 9 anos, Monteiro Lobato resolveu trocar de nome e começou a ser chamado de José Bento em vez de José Renato, seu nome de batismo.
  • O último pedido de Fernando Pessoa antes de morrer foi que lhe passassem os óculos.
Vi no Blowg

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Leia para uma criança

O banco Itaú todo ano realiza o projeto "Leia para uma Criança", onde distribui uma colelção de livros para despertar o prazer da leitura em pequenos leitores. A coleção 2011 possui segunites livros: ADIVINHA O QUANTO EU TE AMO/ De Sam McBratney, ilustrações de Anita Jeram CHAPEUZINHO AMARELO/ De Chico Buarque, ilustrações de Ziraldo A FESTA NO CÉU: Um conto no nosso folclore/ Ilustrações e tradução de Angela Lago Para mais informações acesse a página do Projeto: http://ww2.itau.com.br/itaucrianca/index.htm

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50 livros para ler antes de formar

Colancando meu pezinho de computação nesse blog, resolvi falar sobre livros de computação. Aí, nestas pesquisas que fazemos pela net, descobri um post do Edgard Davidson: Segue uma relação dos livros mais tradicionais em qualquer curso de computação. São livros que deveria ser lidos ou ao menos corrido os olhos. Nesta lista está contido os autores mais consagrados como: Erich Gamma, Iam Sommerville, Nívio Zivianni, Simon Haykin, Douglas E. Commer, Wilson de Padua, Navate, C.J. Date, Roger Pressman, Loudon, Martin Fowler, Kent Beck, Andrew S. Tanenbaum, Deital, Bjarne Stroustrup, Herbert schildt, entre outros.

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Sementes no Gelo [Resenha]

Vianco, André. Sementes no Gelo. Novo Seculo, 2005. 176p


Sinopse: O leitor irá ingressar no território dos espíritos atormentados, impedidos de reencarnar. Muitos se enraivecem e lançam sua fúria sobre todos que lhe chamam atenção ou cruzam seu caminho. Um detetive, por acaso, desvenda os mistérios em torno desses espíritos, tornando-se o inimigo número um das perigosas e  assustadoras entidades.

Crianças começam a aparecer em locais não recomendados para crianças e fazer coisas que crianças não fariam. E o melhor: ninguém sabe como elas entraram e também não sabem como sairam. Seriam elas fantasmas?

O livro já começa com uma destas notícias de telejornal: um super bandido que abusava de menores preso, a população em fúria querendo justiça, do nada três crianças ganham destaques e entram na delegarcia. Um dois policiais vê as crianças se dirigindo para a cela deste bandido, e preocupado tenta alcança-las. Neste trajeto de alcança-las, o policial se depara com uma grade e tem que voltar para pegar as chaves para destranca-las.  Quando o policial consegue alcançar a cela, as crianças já desapareceram. Mas dentro da cela há muito barulho. Barulhos de um espancamento. Gritos e gemidos do Bandido são ouvidos. O policial decide arrombar a cela e sai para buscar reforço. Quando volta, só encontra o corpo desfigurado do Bandido.

Como era um bandido "famoso", a história ganha repercursão: Foram fantasmas? E aquelas crianças?  O policial contou para todos que as viu entrando na delegarcia.

Do outro lado da história, detetive Tanio Esperança recebe a visita de sua amiga Lizete, que está desesperada por estar sendo perseguida por umas vozes de criança. E agora? Será só uma brincadeira de mal gosto?
 
A trama cruza a histórias de outros personagens com outras crianças "fantasmas" e vai pouco a pouco revelando a origem destes pequenos seres. A narrativa tem ritmo, mas é mesmo o suspense que prende o leitor  que passa o tempo todo querendo saber o que vai acontecer com as crianças, especialmente com a que assombra Lizete. Outro aspecto interessante é a forma como o autor levanta a questão das sementes  no gelo que já existem aos montes por aí. A visão dele, a meu ver, tem até uma certa lógica.


O livro é idicado para pessoas que gostam de histórias que envolvem o sobrenatura e também para aquelas que estão presas em longos engarrafametos no trânsito, pois o tempo passa e você nem percebe.


Sobre o autor:

André Vianco, consagrado autor brasileiro que explora o gênero sobrenatural (vampiros, anjos e batalhas entre o bem e o mal), continua investindo em ficção e fantasia. O escritor, quando compõe seus livros, busca sempre se divertir e, ao mesmo tempo, enredar os leitores de tal maneira que os deixa cativos até a última página. André Vianco edita seus livros pela Editora Novo Século desde 2001, e esta trajetória, ainda que breve, já ultrapassa o marco de 100 mil exemplares vendidos. O número de leitores fiéis e admiradores não param de crescer, o que comprova que a literatura ficcional tem conseguido um espaço cada vez maior no interesse do público nacional. Suas obras já foram resenhadas pela revista IstoÉ, o jornal O Globo e também já foi destaque no Programa do Jô, programa Almanaque, do Globo News e Charme, de Adriane Galisteu. Vianco vive em Osasco, São Paulo, é casado e tem 3 filhas.

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E os livros de Bolso?

Esses livros que nem sempre cabem no bolso, surgiram, no Brasil, com a coleção Globo, na década de 30, praticamente na mesma épocas que seus irmãos americanos, os pocket books nasceram pelas bandas de lá, em 1929.

Para muitos leitores, além da vantagem de ser bem menor do que o tradicinal, outra característica atrativa é que eles estão disponíveis até mesmo em farmácias. Particularmente, já os encontrei em padarias.

Os livros de bolso tem uma outra nobre missão. São eles que democratiam e popularizam os clássicos da literatura, que ainda são muito caros a maioria dos brasileiros. Os livros de bolso não possuem tipo direto de público, já que é possível encontrar desde obras de Machado de Assis às tirinhas do Hagar.

Mas e os valores? A sim! Os preços deste formato são muito "melhores", chegam a variar muito, aprece aí um livro de bolso e em seguida o do formato tradicional para comparar.

Vamos de livro de bolso?

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Salão do Livro Infantil em Belo Horizonte

Para nós mineiros, já está acontecendo. Eu vou, e você?

Para maiores informações, acesse o site do evento:  Salão do Livro Infantil

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Canção do encontro

Cântico dos  Cânticos


12 Vem, meu amado, saiamos ao campo!

Passaremos a noite nas aldeias,

13 madrugaremos para ir aos vinhedos,

ver se as vides lançaram rebentos

ou se já se abrem suas flores,

se florescem as romãzeiras.

Ali te darei o meu amor.

14 As mandrágoras exalam seu perfume,

e à nossa porta há mil frutas deliciosas,

tanto frescas como secas,

que para ti, meu amado, reservei.

Cântico dos Cânticos

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Crime e Castigo

Crime e Castigo - Meus dois volumes
Pretendia mesmo fazer uma resenha de Crime e Castigo, mas depois de pesquisar pela net e já encontrar resenhas bem mais dignas que os meus rascunhos, decidi que vou apenas transcrever minhas impressões sobre o livro, não vou tentar reinventar a roda.

Para quem quer uma resenha:  rizzenhas

Para quem quer um resumo: wiki

Bom, gasta-se muita leitura até o crime realmente acontecer. Ele acontece assim, sem muitos motivos sem uma justificativa aceitável, após um planejamento mínimo e sem nenhum cálculo de risco.


O criminoso escapa de ser preso, mas cai em constantes delírios. O que para mim, seria o seu castigo. Com este pensamento, deixei de esperar que o assassino fosse preso e fiquei concentrada no desenrolar da história, que por se tatrar de um clássico da literatura, não seria algo trivial.
Neste desenrolar dá para conhecer um pouco mais da índole do protagonista que, apesar de ter matado, doou uma pequena fortuna para a família de um amigo que faceleu.
Também é possível ver a sociedade da época com todos os seus hábitos, e ficar revoltado com alguns deles.

É possível ver uma gama de personagens complexos e ficar um bom tempo pensando em como é difícil pegar a sequência da história que o autor apresenta.
Emfim, é uma história densa, arrastada, que exige força de vontade  para ser lida. Para não desaminar por completo, a leitura é compensada pelo prazer de terminar de ler um clássico, nem que seja para falar mal dele, depois.

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relógio?

Fonte

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Quanto custa um ebook?

Quem já comprou seu leitor digital ou anda querendo entrar na onda dos livros digitais, já deve ter pesquisados uns preços e percebido que, talvez não faça toda aquela diferença de grana que foi propagandeada e gritada aos quatro ventos quando eles começaram a se popularizar mundo afora. É, a verdade é que os livros digitais ainda não chegaram a um preço justo nem aqui no Brasil, nem em outros lugares do mundo.
Mas quais são os reais motivos para isso? Bom, há alguns. A Apple e cinco grandes editoras norte-americanas cartelizaram os preços de ebooks. Essa estipulação de preços aconteceu por vários motivos políticos, competitivos e todas essas coisas feias do mundo dos bussiness.
Em uma brincadeira, o escritor Larry Doyle disse que os preços dos ebooks não são menores porque as editoras temem desvalorizar a ideia que as pessoas têm sobre os livros. E a piada até que faz algum sentido, pois um dos motivos para a cartelização dos preços, dizem, foi a venda barata de livros digitais para Kindle, pela Amazon.
Além disso, há fatores na produção desses livros que não há como negar: todos os gastos de diagramação e arte da capa continuam os mesmos das versões impressas, a única diferença é que o livro digital não sai da tela, não tem custo de armazenamento físico e nem de transporte. Só que aí vêm os gastos com programação de softwares antipirataria, trâmites jurídicos, gastos de conversão e revisão… enfim. Acaba que o preço do livro digital não é toda aquela maravilha que você sonhou, não é? Pois é.
Na verdade verdadeira, o preço dos livros impressos e digitais é sim diferente. Segundo uma pesquisa publicada pelo New York Times, o novo formato custa só a metade do preço que um livro tradicional, se somarmos tudo.
No Brasil, o mercado ainda é embrionário. Segundo os donos de grandes editoras, ainda estamos na fase dos investimentos e, se há uma mina de ouro no negócio dos ebooks, nós ainda não conseguimos chegar até ela.
Como foi anunciado há alguns meses, ainda neste ano a Amazon chega ao Brasil. Talvez (vejam bem, TALVEZ!) essa ilustre chegada dê um impulso no mercado e comece a estabilizar os três fatores necessários para que mercado de livros digitais deslanche no país: softwares compatíveis com os leitores digitais disponíveis no nosso mercado (e, especialmente, fáceis de usar!), um aumento significativo do nosso acervo de publicações digitalizadas em português e os preços, tanto dos livros quanto dos leitores eletrônicos.
A esperança é que, com a tecnologia cada vez mais desenvolvida e popular, os preços se popularizem também – já que, como vimos, a produção de um livro digital equivale a 50% da produção de um livro tradicional, monetariamente falando. Resta esperar e torcer para que isso reflita logo nos nossos bolsos.

Fonte: SubTítulo

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Só tem mulher quem pode

O desrespeito à natureza tem afetado a sobrevivência de vários seres e entre os mais ameaçados está a fêmea da espécie humana.


Tenho apenas um exemplar em casa,que mantenho com muito zelo e dedicação, mas na verdade acredito que é ela quem me mantém. Portanto, por uma questão de auto-sobrevivência, lanço a campanha 'Salvem as Mulheres!'


Tomem aqui os meus poucos conhecimentos em fisiologia da feminilidade a fim de que preservemos os raros e preciosos exemplares que ainda restam:


Habitat


Mulher não pode ser mantida em cativeiro. Se for engaiolada, fugirá ou morrerá por dentro. Não há corrente que as prenda e as que se submetem à jaula perdem o seu DNA. Você jamais terá a posse de uma mulher, o que vai prendê-la a você é uma linha frágil que precisa ser reforçada diariamente.


Alimentação correta


Ninguém vive de vento. Mulher vive de carinho. Dê-lhe em abundância. É coisa de homem, sim, e se ela não receber de você vai pegar de outro. Beijos matinais e um 'eu te amo’ no café da manhã as mantém viçosas e perfumadas durante todo o dia. Um abraço diário é como a água para as samambaias. Não a deixe desidratar. Pelo menos uma vez por mês é necessário, senão obrigatório, servir um prato especial.


Flores


Também fazem parte de seu cardápio – mulher que não recebe flores murcha rapidamente e adquire traços masculinos como rispidez e brutalidade.


Respeite a natureza


Você não suporta TPM? Case-se com um homem. Mulheres menstruam, choram por nada, gostam de falar do próprio dia, discutir a relação? Se quiser viver com uma mulher, prepare-se para isso.


Não tolha a sua vaidade


É da mulher hidratar as mechas, pintar as unhas, passar batom, gastar o dia inteiro no salão de beleza, colecionar brincos, comprar muitos sapatos, ficar horas escolhendo roupas no shopping. Entenda tudo isso e apoie.


Cérebro feminino não é um mito


Por insegurança, a maioria dos homens prefere não acreditar na existência do cérebro feminino. Por isso, procuram aquelas que fingem não possuí-lo (e algumas realmente o aposentaram!). Então, aguente mais essa: mulher sem cérebro não é mulher, mas um mero objeto de decoração. Se você se cansou de colecionar bibelôs, tente se relacionar com uma mulher. Algumas vão lhe mostrar que têm mais massa cinzenta do que você. Não fuja dessas, aprenda com elas e cresça. E não se preocupe, ao contrário do que ocorre com os homens, a inteligência não funciona como repelente para as mulheres.


Não faça sombra sobre ela


Se você quiser ser um grande homem tenha uma mulher ao seu lado, nunca atrás. Assim, quando ela brilhar, você vai pegar um bronzeado. Porém, se ela estiver atrás, você vai levar um pé-na-bunda.


Aceite: mulheres também têm luz própria e não dependem de nós para brilhar. O homem sábio alimenta os potenciais da parceira e os utiliza para motivar os próprios. Ele sabe que, preservando e cultivando a mulher, ele estará salvando a si mesmo.


É, meu amigo, se você acha que mulher é caro demais, vire gay.


Só tem mulher quem pode!

Luiz Fernando Veríssimo

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A PALAVRA


Já não quero dicionários
consultados em vão.
Quero só a palavra
que nunca estará neles
nem se pode inventar.
Que resumiria o mundo
e o substituiria.
Mais sol do que o sol,
dentro da qual vivêssemos
todos em comunhão,
mudos,
saboreando-a.

Carlos Drummond de Andrade

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A arte de Correr na Chuva

STEIN, Garth. A arte de Correr na Chuva. Tradução de Elvira Serapicos. Ediouro,2008 304p.

Um cachorro que cresceu assistindo tv, apaixonado por fórmula 1, apresenta a vida de seu dono Denny Swift, um  piloto de corrida.


Colocado assim parece uma história fria. A arte de correr na chuva não tem nada de frio. Enzo, o cachorro, tem uma  sensibilidade mais que humana. Ele é o narrador da  história. É através de seus olhos que vamos conhecendo a rotina de Denny,  os acontecimentos de sua vida e sua paixão por corridas.

Enzo, cresceu assistindo Tv enquanto Denny ia para o trabalho, e espera ansiosamente que sua vida de cachorro
acabe para que na próxima, ele venha como humana, como viu  em um documentário na tv. Sonha como o dia em que, como  humano, poderá apertar a mão de seu dono e lhe dizer: "Enzo mandou um Oi".

A vida da família de Enzo nunca foi fácil, Denny faz inúmeros sacrificios para ser piloto, para ser um bom
marido, para ser um bom pai. A tragetória desta famíla  casamento, mudança de casa, nascimento de um bebe, trocas de empregos, doença, advogados famintos, problemas de  família, morte, disputa de guarda, falta de grana, dias felizes, férias, amor e principalmente pela amizade e lealdade.

Ao contrário da sugestão do título, a história não é de auto-ajuda. Mas quem quiser pode levar algumas lições de
superação e ecnas incríveis de felicidade, como a corrida  de carro de Enzo.

O ritmo da história é incrível, Enzo consegue nos fazer pensar em diversas atitudes que tomanos ou poderíamos ter tomados no nosso cotidiano que podem mudar o rumo das  ações.Ver como uma visão diferente às vezes é crucial para  compreender toda a lógica por traz de uma situação. E é claro, nos fazer enxerga-lo como um "quase humano" foi  a grande sacada do autor.


A história não dever ser indicada somente para amante de cachorros. Ela não é uma história de cachorro como aqueles filmes tediosos que passa a tarde. É uma história "de famíla" que pode acontecer comigo ou com você.


Para quem ficou interessado umas frases de dentro do livro:
“Nenhuma corrida jamais foi ganha na primeira curva. Mas muitas corridas foram perdidas aí”.
“Sim, a corrida é longa!”.


Sobre o autor:

Garth Stein nasceu em Los Angeles. Depois de ter passado ainfância em Seattle e vivido em Nova York durante dezoito anos, retornou a Seattle, onde vive com a família e o cão, Comet. Bacharel e mestre em belas-artes pela Columbia University, trabalhou como documentarista por muitos anos.

Também dirigiu, produziu e co-produziu filmes, muitos do quais foram premiados. Fã declarado de Ayrton Senna “ a quem nunca chegou a conhecer” , o autor faz neste livro uma emocionante homenagem ao ídolo de todos os brasileiros. A Arte de Correr na Chuva é o terceiro romance da carreira literáriado autor. Suas obras anteriores foram Raven Stole  the Moon e How Evan Broke His Head and Other Secrets, este  último premiado em 2006 pela Pacific Northwest Booksellers
Association (PNBA).

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Noções de crença



- Pai, você acredita? - Perguntou a menininha sentada no canto da sala.

-Acredito em que? - Indagou o pai sem desviar os olhos da tela do computador.

_ Nisso que disse o moço.

- Mas o que é que o moço disse, princesa?

Com um tom de irritação, a pequena suspirou, e disse:

- Nos intraterrestres, pai. Você num viu o moço falando?

O pai, ainda absorto no computador não ouviu a pergunta e não parecia se importar em responder, então, ela levantou, arrumou o vestido, e foi para o quarto da mãe:

- Mãe, você acredita no que o moço disse? - perguntou enquanto escalava a imensa distância que separava a cama do chão.

A mãe deixou o livro de lado e abriu os braços para receber a pequena:

- E o que foi que o moço disse?

Ela sabia que a mãe teria tempo para um relato completo, e então começou a contar a reportagem assistida minutos antes, usando todos os recursos aprendidos na escolinha na semana anterior, quando a Tia ensinara aos pequenos como contar uma história. E concluiu com a mesma pergunta que fez ao entrar no quarto:

- Você acredita mãe?


A mãe já desconfiava que a filha andava assistindo tv demais. Culpa do pai que sempre a coloca para brincar na frente da tv, pensou enquanto tentava bolar uma resposta. Se ele tivesse jogando com ela, ou lendo uma história, ela não teria que enfrentar um debate sobre "intraterrestres" antes do sono. E se a menina tivesse pesadelos? Onde aquele louco estava com a cabeça?

A menina assistiu a todas as mudanças de expressão facial da mãe, arrastou se para o chão e foi procurar alguém que lhe pudesse responder. O irmão mais velho dormia no próximo quarto, e a irmã não a deixaria entrar se ela batesse na porta. Então, sem dar um pio, entrou no quarto e sentou na porta do banheiro. Quando ela sair, vai me ver e me contar tudo sobre essa história, pensou a pequena.

A televisão ligada lhe chamou atenção: um monte de gente dançava e cantava no meio da rua. A garotinha se levantou e começou a dançar também. Girava e sentindo o vento no rosto, sorria. A mãe, maravilhada assistia ao baile da pequena, aliviada, talvez tivesse ela esquecido dos ets.

A música parou, a menina sentou, com o rosto rubro, sorriu para mãe e disse:

- Você me conta uma história antes de dormir.

- Claro, anjo. Vamos pra cama?

Já acomodada na cama, entre as cobertas e a mãe, a pequena olha para mãe com olhos suplicantes e diz:

- Mãe, me conta uma história de intraterrestres.

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O futuro é serial?

Autores, editores e agentes literários em geral podem ter demorado um pouco, mas caíram na real à tempo de conquistar um filão. As sagas, séries e afins são a pedida da vez, ainda mais em tempos de internet. Por quê “em tempos de internet”? Explico: antigamente, o que reunia um grupo de seguidores de um filme, banda, livro e afins eram os fã clubes, que acabavam sendo meio limitados por conta de espaço, distância e afins. Com a internet, a difusão das fan pages é um fenômeno. Quer dizer, tem fan page para tudo (absolutamente tudo) que você imaginar.
Dessa forma, pessoas e pessoas passam horas em frente ao computador discutindo méritos,características, reviravoltas e o que mais vier pelo caminho de suas histórias favoritas. HarryPotter, ouso dizer, foi um dos primeiros beneficiados com isso (aviso aqui que estou pensandonos livros surgidos já em tempos de internet, caso contrário, obviamente teríamos outrassagas como O Senhor dos Anéis e afins). A quantidade de sites, fan fics e fan pages dedicadasao bruxinho e sua turma é incrível.
E, claro, não são só as sagas que contam com esse público, mas temos de convir que quanto mais livros, mais histórias. Quanto mais histórias, mais detalhes a serem debatidos. E, não sei quanto a vocês, mas ultimamente tenho tido um pequeno probleminha em ler livros “solitários” (aliás, existe um nome para falar de livros que não fazem parte de saga? Ou eles são só livros mesmo?). Entre minhas últimas leituras estão Destino, Especiais e JogosVorazes, todos com suas devidas continuações (ou antecedentes). Li também Lonely Hearts Club e Sábado à Noite (finalmente!) e acabei criando para eles um tipo de associação.
Ou seja, acabamos condicionados a esperar por mais. Esperar pela continuação ou por algo semelhante que supra a nossa necessidade do que um único livro não foi capaz de cobrir. Não estou querendo tirar o mérito dos livros avulsos, de forma alguma. Mas quando um livro é bom, muito provavelmente ele vai deixar aquele gostinho de quero mais. É um dos motivos pelos quais nós o consideramos bom.
E aí entra uma outra coisa: nunca, jamais, em hipótese alguma, os autores deveriam serpermitidos de escrever continuações ruins para nossos livros favoritos. Não tem nada maisfrustrante do que ansiar por um livro, compra-lo, sentar para ler com aquela paz budista e sair frustrado. Experiência própria, dá vontade de ir atrás do autor e pedir para ele voltar atrás detudo que escreveu.

Dessa forma, é importante saber a hora de parar. Entendo o mundo capitalista que diz que enquanto algo é rentável nãotem porque deixar de fazê-lo, mas sou à favor de pessoas que primam pela qualidade, ao invés da quantidade. Sou contra toda e qualquer forma de destruição de alguma coisa boa (não que eu não seja contra a destruição de coisas ruins, é que elas simplesmente não me importam. Fora que o que eu acho bom, alguém pode achar ruim e isso gera uma bola de neve).
O que eu vejo acontecer no mercado editorial YA dentro de poucos anos? Um crescimento ainda maior do número de séries/sagas/afins, com um marketing ainda maior (alguém já deu uma passada no site de divulgação de Destino, por exemplo? Tem até um aplicativo que “simula” a escolha do par, gente!) e milhares de fan pages por aí.
E não que isso seja ruim, de forma alguma. Mas em alguns momentos precisamos ter em mente que as coisas tem um fim. Que às vezes é só isso e nada mais. Que, por mais que possanão parecer, aquilo era tudo que deveria ser dito. Assumo: se um dia meu livro saísse da minha cabeça eu gostaria de que ele fosse filho único, sem continuações ou antecedentes. Mas também não sei se conseguiria colocar em um só volume a história mirabolante que venho pensando há algum tempo.


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Os 7 pecados capitais das resenhas literárias ou pseudo-resenhas

Eu cometo muitos destes pecados...
Vamos conhece-los e tentar não pecar mais?

Os 7 pecados capitais das resenhas literárias ou pseudo-resenhas           Por iCult Generation

Um artigo recente do blog da Revista Fantástica me inspirou a escrever este, que eu já pensava em escrever há algum tempo. [vide link no fim do artigo].

Antes de entrar no mérito em si da qualidade [ou da falta desta] nas resenhas de muitos blogs “literários” por aí, eu vou dizer o que mais me incomoda em uma pseudo-resenha de modo geral: SPOILERS.
Sim, eu entendo que é quase impossível falar sobre o que realmente há de bom em um livro sem citar passagens dele, e/ou tecer comentários sobre alguns eventos da história. Mas pseudo-resenhas que se limitam a resumir a obra, especialmente aquelas que contam O FINAL, é algo que me faz realmente fugir de resenhas para não estragar o prazer da leitura para mim. Infelizmente, pois o objetivo das resenhas é atrair leitores e as pseudo-resenhas os afastam.
Vejam bem, não estou dizendo que eu nunca visito outros blogs para saber de novidades literárias ou que nunca leio uma resenha de outro blog. Eu gosto de ler resenhas bem escritas, que abordam o que há de interessante no livro resenhado, e não as que copiam a sinopse, acrescentam um mero “eu gostei”, ou “recomendo” e coisas do gênero no final. Mas as pseudo-resenhas que contam o final do livro são as mais revoltantes.
Quando alguém vai atrás de uma resenha, geralmente se busca saber o que pode ser atraente na obra para a pessoa que está lendo. Então, o que se menos espera é que o final do livro e/ou as coisas mais importantes da história estejam reveladas na resenha.
O que nos leva ao ponto mais grave em uma pseudo-resenha: ser um resumo do livro, do início ao fim.
Pecado # 1: Destruidor de prazeres mor: SPOILERS
Imagem original: laughingsquid.com
Eu entendo que alguns microspoilers sejam necessários em casos que, se não fosse revelado determinado ponto da obra, ficaria dificílimo convencer o leitor de que o livro realmente vale a pena ser lido. Por isso mesmo, quando eu ou algum de nossos colaboradores colocamos algum spoiler crucial, seja sobre filmes, séries ou livros, em nossas resenhas e em nossos artigos, buscamos sempre colocar um aviso em vermelho antes do texto, para que as pessoas não abram o artigo ou a resenha e, depois de começarem a ler, acabem se deparando com spoilers inesperados.
Dito isso, eu repito que entendo a necessidade de se colocar spoilers mínimos quando eles são importantes para a análise do motivo que levaria alguém a ler determinada obra. Mas é legal [além de ser respeitoso] avisar o leitor de que ele poderá encontrar spoilers na resenha.
Ainda assim, a concepção de spoiler é um tanto quanto pessoal, mas deve haver algum limite. Tem gente que considera citações do livro tremendos spoilers, e eu discordo em parte. É claro que as citações devem ser escolhidas de forma que não se revele totalmente a trama com apenas uma frase mal escolhida. É difícil escolher os melhores trechos e, por isso mesmo, eu seleciono sempre vários  que considero interessantes, com algumas dezenas de post-its marcando-os no livro [pois é mais fácil ir fazendo essa seleção durante a leitura], seja pelo tema citado ou pela qualidade da escrita, pois, na minha opinião, é importante que se apresente a escrita do livro, pois algumas [muitas] pessoas gostam de saber não somente se a história é interessante, mas se o estilo de escrita e narrativa do autor é um que lhe agrade.
É claro que escolher a fala final do livro, por exemplo, em que o herói finalmente revela o seu plano, na maioria dos casos, vai ser um tremendo desmancha-prazeres. Ninguém é perfeito, aliás, a perfeição é algo assustador, mas creio que quando alguém se dispõe a fazer uma resenha, está lidando com o público, assumindo uma postura que muitos não vêem como algo profissional, apenas porque não recebem um salário para escrever, e acham que podem falar o que quiserem, afinal, “o blog é meu, não?” Não, não pode “fazer o que quiser” se o blog não for totalmente pessoal, mais como um diário das impressões da vida, da arte, enfim, as impressões gerais que uma pessoa tem do mundo a seu redor. Se você optar por fazer resenhas, estará lidando com o investimento por parte das pessoas, de dinheiro na compra de algo, então, uma propaganda enganosa é extremamente prejudicial.
Mas então, o que é exatamente uma resenha?
A resenha é uma análise crítica de um texto escrito, geralmente, um livro. Há regras específicas para resenhas acadêmicas, daquelas que são publicadas em revistas especializadas e, embora as resenhas nos blogs sejam mais livres, algumas das regras para a resenha acadêmica podem e devem ser seguidas.
Uma definição maior de resenha aponta para o fato de que se trata de um estilo de composição textual em que se constrói relações entre as qualidades, linguísticas, de abordagem da temática textual, de desenvolvimento de personagens, consistência e coerência da narrativa, entre outros pontos que compõem as qualidades necessárias de uma obra, que são muitos e diversificados, dependendo inclusive do estilo do livro resenhado. É necessário, é primordial para falar a verdade, que sejam apontados na resenha aspectos considerados relevantes sobre a obra resenhada.
Quando se trata do segundo, terceiro, etc. livro de uma série, espera-se que a resenha contenha pelo menos alguns spoilers do(s) livro(s) anteriores, mas a regra de não-spoilers do livro resenhado continua valendo, sempre. Já que resenha é bem diferente de resumo e não deve ser uma “síntese” dos acontecimentos do livro.
Por ser uma “análise crítica”, a resenha deve expressar opiniões, embora muita gente discorde disso. Há sim que se expressar a opinião de quem leu o livro, mas ela não deve, de forma alguma, se limitar ao “gostei”, “amei” e coisas do gênero. O resenhista deve expressar sim sua opinião pessoal, assim como seus julgamentos em relação à obra resenhada.
Pecado #2: Escrever uma resenha como quem falaria do livro para os amigos, e não para o público leitor (em geral).
Eu acho extremamente triste e decepcionante quando leio uma pseudo-resenha que não só se limita a copiar e/ou modificar a sinopse do livro, como ainda que não deixa claro o que aborda a obra em questão ― e, no final da leitura da pseudo-resenha, ainda não fazemos ideia do que exatamente trata o livro, ou seja, a resenha não acrescenta nada ao que poderíamos ter lido na sinopse do livro contida na contracapa e/ou no site da editora ― e, pior ainda, quando tudo que está escrito na resenha refere-se a opiniões não relevantes, como a discussão de qual dos dois personagens do triângulo amoroso é mais interessante, mais gostoso, etc.
Sim, podemos e devemos expressar nossas opiniões nas resenhas, mas devemos nos lembrar de que elas devem ser relevantes para o público-alvo, que é o leitor.
Se o resenhista gostou demais do personagem X, Y ou Z, não vejo porque não mencionar isso. O que é ilógico é quando se menciona apenas “ah, eu adoro o K, e torço por ele! Sou Team K!” Bem, o que o personagem K tem de tão interessante para ter chamado a atenção? Se o resenhista gostou especificamente de algum personagem, é legal dizer o porque disso, e não vale dizer “porque ele é bonito”, assim como também dizer que não gostou da personagem feminina L não é legal dessa forma: “a L é uma tremenda duma vadia e não entende os sentimentos do K”. Isso não só não diz nada a quem vai ler, como incomoda. E muito. Já vi amigos meus, especialmente homens, reclamarem que muita resenha só tem comentários sobre os homens da trama [geralmente positivos, mas porque são gostosos, charmosos etc. e não positivos no sentido que deve ser abordado por uma resenha...] e comentários negativos sobre as mulheres. Os ataques de fangirl/fanboy não devem fazer parte da resenha, pois eles nada têm de críticos e não trazem nada a quem vai ler a resenha, além da irritação suprema ao terminar de ler e não ter captado informações realmente úteis na pseudo-resenha, claro.

Eu mesma já tive de buscar inclusive resenhas escritas por americanos para conseguir extrair alguma informação útil que me levasse a ler os livros pelos quais eu já estava atraída. Não que eles sejam os únicos no mundo que escrevem resenhas que vão mais direto ao ponto, mas confesso que várias vezes, infelizmente, apenas resenhas americanas realmente me fizeram sentir vontade de ler determinados livros. E por que isso acontece?
Não pode ser apenas devido ao fato de que os americanos aprendem a fazer análise crítica logo no ensino médio (high school). Pois o ser humano tem a capacidade de aprender, mesmo na idade adulta. Portanto, o que justifica tamanho descaso com as resenhas? E nivelar para baixo, dizendo que no Brasil as coisas são diferentes, temos que nos adaptar, para mim é algo tão grave, pois se conformar com o menos ruim é contra a evolução do ser humano como espécie.
Exemplo? Digitei uma frase comum que vi em várias resenhas sobre um mesmo livro no Google e encontrei 6.650 ocorrências da mesma frase em blogs ― que copiaram a sinopse ou, pior ainda, mudaram uma ou duas palavras da sinopse para disfarçar a cópia. É muita falta de respeito com o leitor, com os livros e com as editoras, de modo geral.
Pecado #3: Peguei o livro para resenhar numa parceria e odiei por diversos motivos, mas não posso falar mal. Ou seja, a MENTIRA.
E os leitores? Como ficam ao comprarem um livro indicado como bom (sendo que há centenas de defeitos)?
Resenhas que só apresentam aspectos positivos do livro tendem a ser mentirosas. Vejam bem, eu disse “tendem a ser”, pois, por exemplo, a política de resenhas no nosso site é bem clara: resenhamos apenas obras das quais gostamos ― é claro que as resenhas são escritas por colaboradores diversos, além de mim, e a resenha escrita por X ou Y vai expressar a opinião dele ou dela, mas exigimos que nossos resenhistas sejam sinceros em seus textos. Ou seja, sim, todos os livros que resenhamos aqui são considerados importantes, bons, relevantes, mas procuramos sempre dizer o porque disso e, especialmente, apontar o público-alvo.
Uma forma de mentira, ou melhor, “distorção da verdade“, muito comum são as resenhas que apontam erros de tradução, revisão, impressão, etc. e que terminam com a frase “nada que impeça o entendimento da leitura“. Não há que se massacrar um livro se ele apresentar erros como a troca de uma letra a cada 20 páginas, mas é preocupante dizer algo como “a fluência da leitura não é prejudicada pelos erros”, quando tais erros começam na capa e estão presentes em cada parágrafo da obra, seja nacional ou traduzida.
Pecado #4: Não especificar a quem poderia interessar a obra.
Novamente, é um campo delicado o qual vou percorrer agora. Não concordo quando se diz que um livro é adequado para a faixa etária de X a Y anos, ou que, pior ainda, esse livro é “de menina”, aquele livro é “de menino”, opiniões machistas e sexistas são extremamente irritantes e perpetuam ideias pré-concebidas e, muitas vezes, preconceituosas. E aí passamos pelo portão do reino do pecado número 5.
Exemplo 1:
Esse livro fala sobre peixes.
Exemplo 2: 
O filme A mulher do viajante no tempo é um filme de romance lindo. O cara ama a mulher e… …aé ele também viaja no tempo. FIM.
Ex1. E se a pessoa ama apenas peixes malhados (o que a “resenha” deixou de comentar), ou se apenas curte peixes dourados? Dizer mais detalhes sobre a história (referências sobre o meio, mensagens interessantes, etc.). Ex2.: Um Fail ainda maior por não indicar os paradoxos temporais, suspense do filme, o drama em face do que tentamos remediar. Quem não gosta de romance mas curte essas coisas pode se interessar e muito e viajar nas teorias uma tarde inteira depois de assistir o filme (como foi meu caso, que agora quero ler o livro).
Pecado #5: Resenhas sexistas. Elas não são apenas irritantes, são ofensivas.
Uma das coisas que mais me incomoda em resenhas, mesmo as que são boas, é o sexismo. É algo tremendamente irritante dizer que “mulher gosta de romance” e “homem gosta de batalha”. Embora seja verdade para algumas pessoas ― eu disse que estava entrando num campo delicado ―, talvez o seja justamente porque tais hábitos são propagados por uma sociedade que ensina as meninas desde pequenas a gostarem de bonecas, sonharem com um casamento de princesa e coisa do gênero. É lamentável propagar tais ideias. E ofensivo.
Autores que dizem que colocaram “romance para agradar as mulheres” em seus livros também estão sendo ofensivos.
Sei que determinados livros são feitos especialmente para o público feminino, como é o caso do gênero “chick-lit”.  Literalmente significa: “literatura pras minas”. Para falar a verdade, eu acho o termo “chick-lit” em si meio ofensivo, mas é um gênero que existe e não pode ser ignorado. Porém, mesmo alguns livros considerados chick-lit podem ser atraentes a um público masculino, pela temática abordada por ele. Por exemplo, um livro que eu creio que muitos homens deveriam ler [e que resenharei aqui futuramente] é “Diários de consumo de Beck Bloom”. Sim, porque ser consumista e ser levado ao extremo do consumismo não é algo “inerente a mulheres” ou que acontece especificamente no cotidiano feminino. Além disso, o desdobramento de como a personagem principal lida com as consequências de seu consumismo não apenas é hilário, como joga uma luz para várias pessoas que já se encontraram na mesma situação. Ou seja, sim, o público-alvo é feminino, mas é um livro que pode interessar a homens também.
Eu acho mais legal ainda quando leio uma resenha bem feita sobre algum livro com temática “feminina” feita por um homem, e pretendemos colocar mais resenhas de livros considerados “femininos” feitas por homens aqui, pois esse preconceito quanto ao que se pode ler, seja homem ou mulher, é ridículo. Porém, quanto mais se propaga que determinado livro é “para homem/menino” ou “para mulher/menina”, mais se ajuda a propagar as atitudes que levam ao bullying literário. Se um menino ou homem for visto lendo um “livro de menina”, com certeza ele vai, no mínimo, receber olhares atravessados. É lamentável tal atitude, assim como é mais lamentável ainda propagar tais ideias. Um livro é bom ou não. Há tanto homens quanto mulheres que gostam de temas diferentes em literatura, no cinema e na TV. Generalizar, na verdade, é um pecado não apenas em resenhas, mas em tudo na vida.

A importância da delimitação do público-alvo:
Por isso eu chego no ponto da importância de se dizer a quem o livro pode agradar mais, sem chegar no extremo de afirmar: “Se você gosta de Harry Potter, vai gostar de [insira aqui algum nome de livro que aborda o tema magia/bruxos/escola].” Ou, o que acho ainda pior: “O livro é uma mistura de X [insira aqui algum filme famoso recente] com Y [insira aqui o nome de algum filme/livro famoso recente, mesmo que ele não tenha nada a ver com o outro, e o único ponto em comum seja, por exemplo, que o personagem principal é um garoto de 16 anos]. E tem também o clássico: “O livro é um Z [insira aqui o nome de alguma obra clássica, renomada, contemporânea ou não] com mais ação, violência e cenas de sexo.”
Pensar nessas repetições de coisas pavorosas que aparecem nas resenhas da internet, nos levou ao próximo item da lista:
Pecado #6: Clichês das resenhas

Dessa mistura sairia o quê?
É no mínimo frustrante ler coisas como eu mencionei acima. E já cansei de ler isso. “O filme é uma mistura de Matrix com Drácula”. Sou só eu que imagino algo hediondo ao tentar entender por que diabos a pessoa escreveu isso? O que há em comum entre os dois filmes? Então os vampiros deste filme em questão sabem desviar das balas tão bem quanto o Neo de Matrix? Ou seriam eles criações do Arquiteto? Ou eles aprendem suas habilidades de vampiros da mesma forma que o Neo? Enfim, todo tipo de perguntas absurdas pode surgir com esse tipo de comparação sendo feita.
Não que você não possa citar semelhanças entre uma obra e outra ― comparações podem e devem ser feitas, se forem feitas observando aspectos específicos das obras, não generalizados. Esse artigo não tem o propósito de servir como cartilha de “como fazer uma resenha”. Eu mesma fui aprimorando e mudando a forma como redijo minhas resenhas, que variam muito de uma obra para a outra, mas procuro manter certos pontos em foco. No início eu não colocava muitas citações (certas vezes, até nenhuma), até perceber o quanto era importante fazer isso. Eu não posso dizer que minhas resenhas são perfeitas, mas eu tenho respeito pelo leitor e pela obra ao fazê-las.
Dizer que, se a pessoa gostou do livro X, ela vai gostar do livro Y, além de limitador, também afasta os leitores que não gostaram do livro X por n motivos.
Então quem não é fã vai odiar? FAIL logo na capa e totalmente desnecessário.
O mesmo se aplica às frases colocadas nas capas dos livros que, mesmo de autores que venderam muitos livros, não são realmente relevantes, ou são autores de livros controversos, com tanta gente que se divide entre gostar e odiar as obras, como é o caso da Stephenie Meyer ― já vi muita gente além de mim desistir de comprar o livro por causa dessas frases. Não vejo ninguém desistindo de comprar um livro pelas reviews do Stephen King na capa… pois é.
Voltando ao ponto, comparações são válidas. Mas o que poderia ser destacado, por exemplo, são pontos/elementos em comum com outras obras, e não se limitar a dizer coisas como “uma mistura de X e Y”.
No caso de Daybreakers, por exemplo, o que deveria ser salientado é que o filme mostra uma visão distópica do futuro em que os vampiros tratam os humanos como gado e que a fotografia do filme se utiliza de uma estética com planos de câmera e escolha de cores dos filtros – tom azulado, representando a face noturna (vampiros), tom amarelo representando a face diurna (humanos), deixando a impressão clara da diferença do mundo dos vampiros, introspectivo e limpo para o mundo dos humanos, impactante, errante e vívido.
Esse livro é uma mistura de “Monstro do Pântano” e “Onde vivem os Montros”. LOL.
Portanto, na verdade, além da presença de vampiros, não há quase nada em comum entre Drácula e Daybreakers, já que Coppola, em Drácula, serviu-se, por opção artística, de efeitos especiais antigos do cinema, ao passo que em Daybreakers – e aí sim vale a comparação com Matrix – o uso dos tons e a tecnologia para situar o espectador a definir em que “plano da realidade” ele se encontra.
Apenas um exemplo de como poderia ser feita tal comparação (já que a comparação que fizeram foi com Extermínio.) Mas os problemas de comparação de obras (colocando-as como iguais) continuam pela internet, como a comparação entre a Irmandade da Adaga Negra e Crepúsculo, entre centenas de outros absurdos que falam por aí.
Mas vejamos… eu falei de um filme agora. Já vi muita “resenha de filme”. Mas o significado de resenha, como vimos acima, está intrinsecamente ligado ao texto escrito. Sendo assim, não se resenha um filme, certo? Infelizmente já se espalhou o termo “resenha de filme” pela Internet, basta fazer uma pesquisa simples no Google. Mas a resenha é uma análise crítica de um texto escrito, então, eu costumo usar “review” para filmes, mas, se a pessoa não quiser usar a palavra em inglês, pode usar também a palavra “crítica” ― que eu não uso pelo simples fato de que, também pelo uso linguístico, a palavra “crítica”, infelizmente, é quase sempre associada a algo negativo. A resenha é uma crítica literária, a “review” de filme, é uma crítica de obra cinematográfica. O ideal, então, seria usar “review”, análise ou crítica para uma obra de cinema ou TV. Já que ela envolve outros elementos semióticos que não são os mesmos de um texto escrito.
Isso foi apenas para tirar uma dúvida, na verdade, embora me incomode quando vejo escrito “resenha de filme”, não creio que seja um dos grandes pecados capitais das resenhas em si.
Pecado #7: Resenha ufanista
Exemplo 1:
O livro foi escrito por um brasileiro, então ele é bom.
Exemplo 2:
Temos que valorizar a literatura nacional. Compre o livro X, porque o autor é brasileiro.
Isso me incomoda. Muito. Não mais do que “vendeu milhões de exemplares, ele é bom.” Mas incomoda.
Eu nem vou entrar no mérito de discutir que nem sempre tudo que vende muito é bom. Drogas vendem muito no mundo todo, a heroína é altamente consumida na Europa, e isso não quer dizer que heroína seja “tudo de bom”.
Outra coisa tremendamente chata é tentar forçar o leitor a gostar do livro mesmo depois de ele ter tentado ler e não ter gostado. É desgastante. As pessoas que comentam que você deveria dar uma nova chance, insistentemente, quando você não gostou da obra, acabam fazendo mais propaganda negativa do que positiva da obra, mas não é esse o ponto que vou destacar agora. Escolhi 7 Pecados Capitais das Resenhas e vou finalizar com o ufanismo.
Não é só porque o livro foi escrito por um brasileiro que ele seja bom e que todos devam ler, porque temos que valorizar o Brasil, etc. Não. Isso, além de afirmações como “Se você gostou de Crepúsculo, vai gostar do livro X, Y ou Z”, pode afastar os leitores, em vez de convidá-los à leitura. Dizer que o livro é bom por ser de autor brasileiro e/ou que você deve comprar [não importando se é tão bom assim, às vezes] só porque o autor é brasileiro são coisas que tendem a gerar indignação nos não-ufanistas. E com razão! Porque nem tudo que é criado/produzido no Brasil é bom. Assim como nem tudo que é criado nos Estados Unidos, na Espanha, na Inglaterra etc. é sinônimo de ser bom.
Eu sempre digo que Neil Gaiman é meu escritor contemporâneo predileto e mesmo assim mencionei numa resenha que não gostei de um conto dele, mesmo sendo um entre muitos. Porque devemos ser sinceros nas nossas opiniões. E o fato de o livro ter sido escrito por um brasileiro ― apenas tal fato, vejam bem, eu adoro ler livros de autores brasileiros que sejam realmente bons, adoro muito, mas convenhamos que dizer que você deve ler um livro apenas porque é de autor brasileiro não só não convence como acaba sendo uma atitude irritante.
Eu dou total apoio aos escritores nacionais com obras de qualidade, como a Helena Gomes, a Nazarethe Fonseca, entre outros, claro, pois é bom ver nossa literatura saindo da sombra e alcançando mais sucesso, pois, convenhamos também, é muito bom ler livros brasileiros novos, em vez de recorrer aos clássicos ou clássicos contemporâneos por falta de opção.
Mas eu não tenho vergonha alguma de dizer que não gostei de algum livro. Mesmo que metade da população da China tenha gostado, eu posso não gostar. Procuramos aqui no blog fazer, como eu já disse, apenas as resenhas dos livros de que gostamos mesmo, apontando referências, elementos que nos atraíram, etc., mas não temos medo de comentar quando não gostamos de algum livro se alguém nos perguntar. E ninguém deveria ter. Nós resenhistas, seja por profissão assalariada ou não, somos em grande parte responsáveis por uma grande parcela na formação literária das pessoas, então, se você não pensava nisso antes, comece a pensar: Resenhar não é apenas um hobby e muito menos uma forma de ganhar livros sem ter que pagar por eles.
LOL! :-D Quem não entendeu a piada não está jogando horas o suficiente :-P
Aqui no blog nós resenhamos também livros que compramos e dos quais gostamos, mesmo se forem de alguma das editoras parceiras. E de outras editoras com as quais não temos parceria também. Se o livro for bom, tiver a ver com nosso público-alvo de alguma forma, nós resenhamos.
Se somos responsáveis por incentivar a leitura, creio que a palavra de ordem seja responsabilidade. Colocar-se no lugar de alguém que vai ler o seu texto e tentar imaginar como você gostaria de ser abordado numa resenha é um bom começo.
Esse tema poderia render muito mais linhas escritas, mas, ao menos no momento, vou parar por aqui. Gostaríamos de saber de vocês, o que esperam de uma resenha literária? Quais são os pontos de destaque para uma boa resenha? Deixem seus comentários a seguir.
Artigo: Ana Death Duarte
Seleção/ Edição de imagens: Alonso Lizzard
Alguns artigos:
Artigo da Revista Fantástica que me levou a pensar em outros aspectos em relação às resenhas que eles não mencionaram.
O terror do possuir.
Como fazer uma resenha:
http://www.ronaldomartins.pro.br/materiais/resenha.htm
http://www.lendo.org/como-fazer-uma-resenha/
[os artigos lidam com a resenha acadêmica, como mencionei nesse artigo, mas serve como uma boa fonte de dicas para quem quiser adaptar as regras a algo não acadêmico, servindo como base informativa]
Exemplo de resenha analítica [crítica] – “Do livro Os Contos de Beedle, o Bardo” (se você não leu os livros da saga de Harry Potter, essa resenha contém spoilers porque este é um livro lançado depois do final da saga.)
Exemplo de resenha de livro de não-ficção – do livro “As roupas na história”

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