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A arte de Correr na Chuva

STEIN, Garth. A arte de Correr na Chuva. Tradução de Elvira Serapicos. Ediouro,2008 304p.

Um cachorro que cresceu assistindo tv, apaixonado por fórmula 1, apresenta a vida de seu dono Denny Swift, um  piloto de corrida.


Colocado assim parece uma história fria. A arte de correr na chuva não tem nada de frio. Enzo, o cachorro, tem uma  sensibilidade mais que humana. Ele é o narrador da  história. É através de seus olhos que vamos conhecendo a rotina de Denny,  os acontecimentos de sua vida e sua paixão por corridas.

Enzo, cresceu assistindo Tv enquanto Denny ia para o trabalho, e espera ansiosamente que sua vida de cachorro
acabe para que na próxima, ele venha como humana, como viu  em um documentário na tv. Sonha como o dia em que, como  humano, poderá apertar a mão de seu dono e lhe dizer: "Enzo mandou um Oi".

A vida da família de Enzo nunca foi fácil, Denny faz inúmeros sacrificios para ser piloto, para ser um bom
marido, para ser um bom pai. A tragetória desta famíla  casamento, mudança de casa, nascimento de um bebe, trocas de empregos, doença, advogados famintos, problemas de  família, morte, disputa de guarda, falta de grana, dias felizes, férias, amor e principalmente pela amizade e lealdade.

Ao contrário da sugestão do título, a história não é de auto-ajuda. Mas quem quiser pode levar algumas lições de
superação e ecnas incríveis de felicidade, como a corrida  de carro de Enzo.

O ritmo da história é incrível, Enzo consegue nos fazer pensar em diversas atitudes que tomanos ou poderíamos ter tomados no nosso cotidiano que podem mudar o rumo das  ações.Ver como uma visão diferente às vezes é crucial para  compreender toda a lógica por traz de uma situação. E é claro, nos fazer enxerga-lo como um "quase humano" foi  a grande sacada do autor.


A história não dever ser indicada somente para amante de cachorros. Ela não é uma história de cachorro como aqueles filmes tediosos que passa a tarde. É uma história "de famíla" que pode acontecer comigo ou com você.


Para quem ficou interessado umas frases de dentro do livro:
“Nenhuma corrida jamais foi ganha na primeira curva. Mas muitas corridas foram perdidas aí”.
“Sim, a corrida é longa!”.


Sobre o autor:

Garth Stein nasceu em Los Angeles. Depois de ter passado ainfância em Seattle e vivido em Nova York durante dezoito anos, retornou a Seattle, onde vive com a família e o cão, Comet. Bacharel e mestre em belas-artes pela Columbia University, trabalhou como documentarista por muitos anos.

Também dirigiu, produziu e co-produziu filmes, muitos do quais foram premiados. Fã declarado de Ayrton Senna “ a quem nunca chegou a conhecer” , o autor faz neste livro uma emocionante homenagem ao ídolo de todos os brasileiros. A Arte de Correr na Chuva é o terceiro romance da carreira literáriado autor. Suas obras anteriores foram Raven Stole  the Moon e How Evan Broke His Head and Other Secrets, este  último premiado em 2006 pela Pacific Northwest Booksellers
Association (PNBA).

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Noções de crença



- Pai, você acredita? - Perguntou a menininha sentada no canto da sala.

-Acredito em que? - Indagou o pai sem desviar os olhos da tela do computador.

_ Nisso que disse o moço.

- Mas o que é que o moço disse, princesa?

Com um tom de irritação, a pequena suspirou, e disse:

- Nos intraterrestres, pai. Você num viu o moço falando?

O pai, ainda absorto no computador não ouviu a pergunta e não parecia se importar em responder, então, ela levantou, arrumou o vestido, e foi para o quarto da mãe:

- Mãe, você acredita no que o moço disse? - perguntou enquanto escalava a imensa distância que separava a cama do chão.

A mãe deixou o livro de lado e abriu os braços para receber a pequena:

- E o que foi que o moço disse?

Ela sabia que a mãe teria tempo para um relato completo, e então começou a contar a reportagem assistida minutos antes, usando todos os recursos aprendidos na escolinha na semana anterior, quando a Tia ensinara aos pequenos como contar uma história. E concluiu com a mesma pergunta que fez ao entrar no quarto:

- Você acredita mãe?


A mãe já desconfiava que a filha andava assistindo tv demais. Culpa do pai que sempre a coloca para brincar na frente da tv, pensou enquanto tentava bolar uma resposta. Se ele tivesse jogando com ela, ou lendo uma história, ela não teria que enfrentar um debate sobre "intraterrestres" antes do sono. E se a menina tivesse pesadelos? Onde aquele louco estava com a cabeça?

A menina assistiu a todas as mudanças de expressão facial da mãe, arrastou se para o chão e foi procurar alguém que lhe pudesse responder. O irmão mais velho dormia no próximo quarto, e a irmã não a deixaria entrar se ela batesse na porta. Então, sem dar um pio, entrou no quarto e sentou na porta do banheiro. Quando ela sair, vai me ver e me contar tudo sobre essa história, pensou a pequena.

A televisão ligada lhe chamou atenção: um monte de gente dançava e cantava no meio da rua. A garotinha se levantou e começou a dançar também. Girava e sentindo o vento no rosto, sorria. A mãe, maravilhada assistia ao baile da pequena, aliviada, talvez tivesse ela esquecido dos ets.

A música parou, a menina sentou, com o rosto rubro, sorriu para mãe e disse:

- Você me conta uma história antes de dormir.

- Claro, anjo. Vamos pra cama?

Já acomodada na cama, entre as cobertas e a mãe, a pequena olha para mãe com olhos suplicantes e diz:

- Mãe, me conta uma história de intraterrestres.

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