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Como é definido o preço de um livro

Nós adoramos livros, mas vocês já pararam para pensar como é definido o preço de um livro?

Diferente de muitos países o custo de um livro aqui no Brasil ainda é alto, isso se deve ao fato de as tiragens de livros serem menores que em outros países. De acordo com Marco Chiaretti “enquanto outros países trabalham com tiragens médias de mais de 10.000 exemplares por edição, no Brasil esse número fica na casa dos 2.000“.

O cálculo para definir o preço do livro é este:


Mas além do valor unitário do livro (que normalmente é pago pra gráfica ou pra editora), para a venda ao público final (nós!) ainda é incluído o lucro da editora + o lucro do autor + o lucro do distribuidor ou a livraria (ou dos dois). Afinal, vender livros é um negócio e as pessoas envolvidas precisam lucrar com eles. 


Claro que esta não é uma fórmula exata, cada editora e cada livraria trabalha de uma forma e há autores que faturam mais que outros. É só pra matar nossa curiosidade e termos uma ideia do porquê alguns livros são mais caros do que outros e para onde vai nosso dinheiro ao comprar aquele livro que queremos tanto.

Fonte: A leitora

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O Vendedor de Passado [Resenha]

Agualusa, Jose Eduardo. O Vendedor de Passados. Gryphus, 2004,  199p

 Sinopse:"Nada passa, nada expira / O passado é um rio que dorme / e a memória uma mentira multiforme." A letra da canção que aparece logo no primeiro capítulo do livro, resume a idéia central do mais recente romance de José Eduardo Agualusa. É a história de um albino que mora em Luanda, Angola, e que traça árvores genealógicas em troco de dinheiro. Estranho ofício, estranho o personagem principal - o vendedor de passados falsos, Félix Ventura - e mais estranho ainda o narrador: uma osga, um tipo de lagartixa. É ela que vai contar como o albino Félix fabrica uma genealogia de luxo para seus clientes . São prósperos empresários, políticos e generais da emergente burguesia angolana que têm futuro assegurado, mas falta-lhes um bom passado. A vida de Félix anda muito bem, até que uma noite recebe a visita de um estrangeiro à procura de uma identidade angolana. E, então, numa vertigem, o passado irrompe pelo presente e o impossível começa a acontecer. Sátira feroz à atual sociedade angolana, O Vendedor de Passados é uma reflexão sobre a construção da memória e seus equívocos.

A história começa a ser contada por um narrador comum, não há como desconfiar que ele seja uma osga (espécie de lagartixa) tamanho é o seu modo "humano" enxergar as coisas.  A osga vive na casa de Félix Ventura, um albino, que vive de vender passado para as elite de sua cidade. A osga e Felix conversam a seu modo e ela se sente encarnada na casa onde conhece cada fresta.

 Um belo dia, vem à porta de Felix José Buchmann, um fotógrafo de guerra em busca de um passado. Felix aceita o deafio e lhe dá um passado, uma árvore genealógica, uma nova vida.

 A osga tem lembranças de sua antiga vida como humano e são essas lembranças e seus pensamentos que entregam todo o charme para a história. Os sonhos de Eulálio, a osga, são constantes e ele acaba por sempre encontrar os outros personagens neles. A parte interessante, é que os personagem também acabam por se lembrar dos sonhos que tivera com a foram humana da osga.

Outro ponto que chamou a atenção foi o fato de José Buchmann acreditar tanto que seu passado criado, que começa a buscar seus pais e acaba encontrando fatos reais que realmente coincidem com sua vida inventada.

Claro que ainda tem romance: Felix se apaixona por Ângela Lúcia, que também é uma fotógrafa. De nuvens, mas fotógrafa.

Melhor parte: a história acaba ligar todos os pontos antes de terminar, coisa que nos últimos livros que tenho lido tem sido rara.

 O livro pode ser apreciado por quem deseja palavras leves e tocantes; por quem deseja um roterio bem original e por aqueles que nunca leram uma linha de um autor angolano.


Frase que marcou: "São as mentiras que fazem a literatura"
 
Sobre o autor: José Eduardo Agualusa nasceu no Huambo, Angola, em 1960. Estudou Silvicultura e Agronomia em Lisboa, Portugal. Os seus livros estão traduzidos para mais de vinte idiomas. Também escreveu várias peças de teatro: "Geração W", "Aquela Mulher", "Chovem amores na Rua do Matador" e "A Caixa Preta", estas duas últimas juntamente com Mia Couto.

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Livros desenham o mapa cultural da capital mineira

Livro ilustrando  a igreja da pampulha

Aos 114 anos, completados na segunda-feira, Belo Horizonte já tem consciência e uma produção de consistência da história da cidade. “O problema é a atual administração municipal, que está desmontando a cidade”, aponta o historiador Leonardo José Magalhães Gomes, de 59 anos. Ex-diretor do Museu Histórico Abílio Barreto (MHAB), ao conversar com um dos prefeitos da capital, acabou despertando para a necessidade de publicação de Memória de ruas – Dicionário toponímico de Belo Horizonte, de 1992, que já está na segunda edição.

Hoje à noite, na Quixote Livraria, Leonardo lança Belo Horizonte: A cidade descrita (Documentos de uma história urbana) e A música da cidade – Cartografia musical de Belo Horizonte, que encerram a trilogia historiográfica da cidade. “Na verdade, não havia pensado em uma trilogia”, revela o autor dos livros, lembrando que os dois últimos foram feitos sob encomenda para o Anuário de Belo Horizonte.

Inspirada nos livros, que abordam a produção literária e musical da cidade, o Estado de Minas pediu a escritores, cantores e compositores que indicassem as obras que melhor traduzem o espírito belo-horizontino, capazes de nos fazer entender a cidade. Afinal, quais seriam os livros fundamentais para a história de Belo Horizonte? E, entre as canções, quais delas entrariam na provável trilha sonora da cidade?

Para Leonardo José Magalhães Gomes, literariamente, Belo Horizonte já produziu o que há de melhor em língua portuguesa, diante da obra de Pedro Nava, Carlos Drummond de Andrade e Guimarães Rosa. “Não podemos esquecer que Rosa morou na cidade, estudou no Colégio Arnaldo e se formou em medicina pela UFMG. A formação intelectual do escritor foi toda aqui em Belo Horizonte”, orgulha-se o historiador.

Musicalmente, Leonardo resolveu privilegiar o Clube da Esquina e Milton Nascimento. “Trata-se de um gênio como Pixinguinha e Tom Jobim, que costuma ser pouco apreciado na cidade. O pessoal do Clube é sempre vítima de uma olhar de desdém da cidade”, diz Leonardo José Magalhães Gomes, para quem, no livro A música da cidade, defende a tese de que a produção musical de Milton Nascimento e a turma do Clube da Esquina está para Belo Horizonte assim como o tango está para Buenos Aires e a valsa para Viena.

Cantores e compositores ouvidos pela reportagem foram além do período, conforme a defesa de cada um. Para Dudu Nicácio, por exemplo, a música homônima ao movimento “foi o marco histórico que cantou para todo mundo a nossa cidade, cultura e jeito”. Mas ele vai além, e aponta o Skank e Vander Lee como responsáveis por novas páginas musicais da capital. “Com muito suingue e malemolência, Garota nacional, de Samuel Rosa e Chico Amaral, mostrou ao Brasil que um simples bar e uma bela garota facilmente podem se tornar uma paixão. Não é a toa que essa rapaziada fez tanto sucesso”, afirma Dudu. Para ele, “nenhuma rivalidade entre torcidas também foi tão bem retratada, musicalmente, como em Galo e Cruzeiro, de Vander Lee. “Mais do que nunca, é a cara de Belo Horizonte, apaixonada por futebol e samba. Um gol de placa do Vandeco”.

Já Márcio Borges, um dos principais letristas do Clube da Esquina, atribui aos versos de Rômulo Paes, “a minha vida é esta: subir Bahia, descer Floresta”, um dos mais inspirados momentos da capital. “Descreve que a ‘nossa’ vida é essa, e acho que, pelas proporções do vertiginoso crescimento da cidade, esse espírito boêmio da Rua da Bahia se alastrou para além da Floresta e chegou em Santa Tereza”. E completa: “Lá, o ícone do bairro é o tal Clube da Esquina, e esta música minha, de Lô Borges e Milton Nascimento retrata um momento muito importante da vida da cidade e até mesmo se confunde com ela”. A terceira música para Márcio – mas não a última, pois não estou enumerando – só pode ser a Garota nacional, do Skank. “Foi ela que tornou a projetar a música produzida em BH para muito além de nossas fronteiras”, justifica.

Já o rapper Flávio Renegado anuncia que vai liberar para download, a partir de hoje, em seu site (www.flaviorenegado.com.br), a até então inédita Até o dia clarear, que ele fez em homenagem a Belo Horizonte e, segundo diz, a suas “belas mulheres”.

Literatura
A professor Heloísa Starling aponta três autores que, em sua opinião, produziram narrativas exemplares sobre Belo Horizonte. O primeiro, Eduardo Frieiro, “que foi um cronista impecável”. “Seus livros, sempre devidamente ambientados em Belo Horizonte, fizeram dele um dos grandes cronistas da cidade. É o caso de conferir em O cabo das tormentas. Esse livro é inteiramente ambientado no Edifício Cine Brasil, cujo prédio modernista é apresentado ao leitor como a quilha de um grande e melancólico transatlântico, fervilhando de uma gente anônima, irremediavelmente encalhada na esquina principal da Avenida Afonso Pena, no centro comercial da cidade”.

A seguir, Heloisa aponta Cyro dos Anjos (O amanuense Belmiro), que ela escolheu junto do também professor Wander Melo Miranda, concluindo com Marcus Freitas (Peixe morto), autor, em sua opinião, de “um thriller emocionante, ambientado na Belo Horizonte contemporânea”. O poeta Ricardo Aleixo, por sua vez, vai de Rodrigo Ferreira e Beatriz de Almeida Magalhães, autores de Belo Horizonte – Um espaço para a República, sob o argumento de tratar-se de “obra única para quem busca entender, em minúcias, a lógica positivista que preside a construção da capital mineira”.

Além de Sérgio Fantini, autor de Diz xis, e Humberto Werneck, autor do já clássico O desatino da rapaziada. “Fiquei tentado a indicar qualquer um dos livros de Wander Piroli, ou o Encontro marcado, de Fernando Sabino, ou, ainda, a memorialística de Pedro Nava, mas entendo que essa deliciosa obra, fruto de intensa pesquisa, já representa, por si só, um convite ao leitor que se disponha a conhecer os autores e livros que citei. O livro, muito bem escrito, sem pedantismo, dá a ver a formação da vida literária na província – um modo de ver e pensar o mundo que ainda hoje persiste”, conclui.

Fonte: Ailton Magioli - EM Cultura 

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NA MINHA PRIMEIRA MORTE EU NÃO MORRI


Um dia , na minha anterior forma humana , decidi matar -me. Queria morrer comple tamente. Tinha esperança de que a vida eterna, o paraíso e o inferno, Deus e o Diabo, a reencarnação, tudo isso , fossem apenas superstições urdidas
demoradamente, ao longo de séculos e séculos , pelo vasto terror dos homens .

Comprei um revólver numa armaria, apenas a dois passos da minha casa , mas onde nunca tinha entrado antes , e cujo proprietário não me conhecia. Depois comprei um livro policial e uma garrafa de genebra. Fui para um hotel na praia, bebi a genebra com desgosto, em largos gole s (o álcool sempre me repugnou ) , e estendi-me na cama a ler o livro . Achava que a genebra, somada ao tédi  de um enredo ingénuo, me daria a coragem necessária para encostar o revólver à nuca e apertar o gatilho. O livro, porém, não era mau e eu li- o a té ao f im. Quando cheguei à última página começou a chover.

Retirado de O vendedor de passados - José Eduardo Agualusa




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