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Vita Brevis


Quando ouvi falar desse livro, fiquei tentada: "é uma carta de uma amante para santo Agostinho", foi a única linha da crítica que li e já sai pelos sites de livraria garimpando. Eu não precisava de mais informações. Sou fascinada por teologia e suas histórias desconhecidas.

Comprei o livro uma semana após o meu aniversário, em janeiro desse ano. Só que aquela pilha de livros dos outros, que tenho que ler rapidinho para entregar, não me deixaram pegar o meu novo xodozinho.

O tempo foi passando, fui lendo outros livros da pilha, a faculdade começou, vieram os livros de leitura obrigatória, e o pequeno lá, me olhando com ar de pedinte carente...

Depois de umas histórias mal resolvidas e de umas situações revoltantes, peguei o livro, procurando uma fuga cheia de reflexões embutidas, como as contidas nos demais livros do Gaarder. Fui surpreendida: não que o livro não apresente-as, aliás, o conflito "Vita Brevies ou Beata Vita?" é tão evidente que chego até mesmo achar que é o tema central da parte filosófica do livro. Mas é tudo tão leve e ao mesmo tempo tão dolorido que fica difícl se focar nessa questão.

No prólogo Gaarder nos informa que adquiriu em uma livraria de Buenos Aires uma carta do início da Era Cristã manuscrita por Floria Emília e destinada a Aurélio Augusto, bispo de Hipona, Santo Agostinho.Com apoio desta carta, qual a Igreja Católica nega a autenticidade bem como a existência, Vita Brevis revela os sentimentos de Floria Emilia por Aurélio Augusto.

Toda narrativa é em forma de uma imensa carta, que nos remete a pequenos fragmentos da vida do casal, desde o momento em que se conheceram até a vida atual deles, separados pela vida reclusa de 'Aurel', e ainda nos apresenta toda a visão de Flora sobre Deus, vida, ações e reações do tal Aurel e os caminhos por eles trafegados.

Ainda estou pensando nas frases de Flora, no esforço em que ela fez para se mostrar uma mulher culta, tentando dizer ao santo que tinha mudado e que, se ele não estivesse nesse caminho, poderia se tornar sua esposa.

Pensando em como tudo que acreditamos pode estar totalmente certo ou totalmente errado para o outro, e em como algumas situações são gravadas em nossa alma, e não saem de lá após anos e anos...

Dessa obra vou guardar só uma frase. Uma frase que eu cheguei a escutar a Flora dizendo no momento da leitura: "A vida é tão breve!!"

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