Meu primeiro Chico Buraque! Peguei o livro esperando ser lida por ele em algum momento, como sempre acontece com suas canções, mas não foi bem isso o que aconteceu. O livro, aclamadíssimo pela imprensa e ganhador de prêmios (Jabuti 2010, Portugal Telecon 2010), não conseguiu me animar.
A história é contada por Eulálio d'Assumpção, assim com P de aristocrata mesmo, um velho a beira da morte que vai desfiando fatos da sua vida para quem quiser ouvir: uma enfermeira, sua filha, seu neto...
Como um típico aristocrata, ele viveu os bons momentos da família, passou por Paris e seus hoteis caros, pela vida social do Rio de Janeiro, viu um bocado de fatos históricos brasileiros mas caiu de nível e acabou indo parar em um bairro "afastado" nos fundos de uma igreja evangélica.O título, a meu ver, foi uma "referência" a sua esposa, Matilde, uma cópia de uma Capitu. O enredo é comum, bom, mas não o Chico Buarque que eu esperava.
Passei todo o livro apática, não me envolvi, como acontece nas canções do gênio. Tinha, até mesmo, programado a leitura de outros títulos do Chico. Mas depois deste, eles vão ficar na estante por um bom tempo.
Sobre o autor:
Francisco Buarque de Holanda nasceu no Rio de Janeiro em 19 de junho de 1944, filho do historiador Sérgio Buarque de Holanda. Foi criado em São Paulo. Em 1963 ingressou na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, mas não concluiu o curso. Seus rumos já eram outros: aos 22 anos venceu o Festival de MPB da TV Record, com a canção ´A banda´. Nesse mesmo ano lançou seu primeiro disco, e no seguinte escreveu a peça ´Roda viva´, que foi proibida pela censura. Chico esteve exilado em Roma entre 1969 e 1970. De volta ao Brasil, teve ainda problemas com a censura, que proibiu canções e a peça ´Calabar, o elogio da traição´. Para driblar os censores, Chico adotou o pseudônimo Julinho da Adelaide. Sua peça ´Gota d´água´, baseada na tragédia ´Medéia´, de Eurípides, foi encenada em 1975. A ´Ópera do malandro´ (1978), foi baseada na ´Ópera dos três vinténs´, de Bertold Brecht. Em todas essas peças há canções que se tornaram clássicos da MPB, assim como nas trilhas sonoras que Chico assinou, como as de ´Dona Flor e seus dois maridos´ e ´Bye Bye Brasil´. O romance ´Fazenda Modelo´ (1973) foi bem recebido pela crítica, e ´Estorvo´ e ´Benjamin´ (1995) foram traduzidos para vários idiomas. É impossível retomar a história dos últimos 50 anos da cultura brasileira sem mencionar Chico Buarque.
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